Um relato de quem encarou a feia face da autoritária esquerda 
universitária e resistiu.
"Nossa paciência conquistará mais do que nossa força"
Edmund Burke
É bastante alardeado por grupos de esquerda, dos moderados aos radicais, 
que a universidade brasileira deve ser um espaço democrático e plural. 
Esses grupos denunciam, a torto e a direito, o que chamam de ataques às 
minorias. Dizem defender o debate franco, a diversidade e o pluralismo. 
Tudo muito bonito… mas falso.
No dia 7 de junho de 2016, terça-feira, participei de um ato do 
Movimento Reação Universitária (MRU) na Universidade de Brasília (UnB). 
Estudo naquela instituição e faço parte do MRU, que congrega estudantes 
conservadores e liberais que querem exercer sua liberdade de expressão 
sem medo de agressões covardes. A principal pauta de nossa manifestação 
pacífica — que, aliás, foi avisada à Reitoria da UnB antes de 
ocorrer — eram as paralisações que alguns grupos de estudantes e 
professores querem promover "contra o golpe". Reunimos cerca de 30 
alunos no prédio principal do Campus Darcy Ribeiro, o Instituto Central 
de Ciências (ICC), na entrada da ala norte. Chegamos um pouco antes do 
meio-dia, horário marcado para começar nosso ato, para confeccionar 
alguns cartazes e dar início a tudo.
Pouco depois do meio-dia, grupos de duas outras manifestações, que 
começaram em outros pontos do ICC, caminharam até onde estávamos e se 
juntaram com um único objetivo: nos hostilizar. Eram cerca de 150 
pessoas — cinco vezes mais do que nós. Ali onde estávamos, 
experimentamos, por longos minutos, o grau de tolerância da esquerda 
universitária: nos xingaram de fascistas, racistas, machistas e 
homofóbicos; nos empurraram, apontaram dedos em nossos rostos e nos 
cuspiram; arrancaram cartazes das mãos de algumas meninas que 
protestavam junto conosco; lançaram tinta vermelha contra nós. Tudo isso 
aos berros, e embalado por palavras de ordem deste tipo:
"É NO FUZIL
É NA PEIXEIRA
NA UNB A JUVENTUDE É GUERRILHEIRA"
Ouvimos que não pertencíamos à UnB. Acusaram-nos de sermos assassinos. 
Chegamos a ouvir que, se eles pudessem, teriam nos matado. E tudo isso 
sob o olhar passivo do corpo de segurança da universidade.
Em dado momento, um simpatizante da nossa manifestação, que estava no 
mezanino da área onde éramos hostilizados, desfraldou uma bandeira do 
Brasil Império. Membros da horda que nos intimidava correram até ele e 
tentaram arrancar-lhe a bandeira. O vídeo do ocorrido já está sendo 
amplamente divulgado. (N.doE.: O vídeo acima.) O rapaz tomou dois socos 
tão fortes que seus óculos arrebentaram no rosto. Uma equipe da UnBTV 
tentou nos entrevistar, mas fomos ainda mais hostilizados. Ficou claro 
que o corpo de segurança da universidade nada faria para impedir que 
mais violência fosse cometida. Assim, decidimos abandonar o espaço por 
volta das 13h30.
Todas essas agressões foram registradas em foto e vídeo. Tudo relatado 
aqui traduz fielmente o que aconteceu naquele dia, onde, por quase uma 
hora e meia, experimentamos o autoritarismo e a barbárie dos grupos 
ideológicos que, formados por alunos e incitados por professores e 
partidos políticos, instauraram na UnB um clima de terror ideológico. Se 
há alguma dúvida de que o patrulhamento político e a doutrinação 
ideológica são a base do cotidiano acadêmico na UnB, já não resta mais 
dúvida alguma.
A Universidade de Brasília também é nossa. A liberdade de expressão é um 
direito sagrado de todos, e reconhecido como tal pela Constituição 
Federal. Mas não há liberdade de agressão, e nenhuma das agressões que 
sofremos (e registramos) ficará impune. A violência que sofremos não nos 
esmorece: nos fortalece. E, diante de tudo, garantimos uma coisa: nós 
chegamos para ficar.
Não parar.
Não precipitar.
Não retroceder.
Felipe Melo - 08/06/2016 -medium.com/@felipeoamelo
[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=xRzkg-9hCcw&feature=youtu.be]
quinta-feira, 9 de junho de 2016
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