Correspondências ou "condolências", entre inúmeras recebidas: "Realmente 
estamos sozinhos e de mãos atadas. É pouco juiz e muito serviço. Sem 
vencerem a demanda de processos, ficam inrritados conosco e nos tratam 
no "bico da bota", como se fôssemos culpados pelo Brasil ter crescido e 
o Judiciário não..." (advogado José Cláudio Siqueira). "Certa feita 
ajuizei reclamação trabalhista e pedi condenação em honorários. Vários 
colegas até zombaram, mas entendo que o princípio está previsto em nosso 
sistema processual não somente para determinado ramo do 
direito.."(advogado Renato Reis). "A situação do advogado na Justiça do 
Trabalho é de total desrespeito. Milito na área desde 1984 e vejo que lá 
não há condenação em honorários advocatícios, salvo raras exceções. 
Quando é que a OAB irá promover um movimento em defesa do trabalho 
daqueles que efetivamente movem o Judiciário?" (advogado Geraldo 
Mocelin). "Há uma tendência odiosa de redução de valores para patamares 
ridículos. Pesquisando no site do STJ, encontrei um acórdão reduzindo o 
valor de R$ 15.000,00 para R$ 200,00 (caso cível de protesto indevido e 
abalo de crédito). Não consideram o CPC (10% a 20%) e nem o Art. 22 do 
EOAB. Seriam R$ 20,00 ou R$ 40,00 para o patrono pegar o ônibus e fechar 
o escritório? Como combater esse cancro?" (advogado Paulo Andrade/SP). 
"Estou iniciando projeto agropecuário em sítio da família, com a 
esperança de poder deixar de ser advogado a médio prazo. A experiência 
está muito frustrante. A propósito, viram a apresentação da última 
revista da AASP sobre a eterna reforma processual? É de fazer chorar... 
Abraços do quase ex-colega e sitiante meio período." (advogado Paulo 
Américo/SP).
O lamentável é que temos boas leis! Para o Brasil, o final do século 
passado foi o período de grandes conquistas legislativas. O desafio 
deste início de milênio é implementá-las. O problema maior é que elas 
sempre serão o que os nossos juízes queiram que elas sejam (muralha da 
contracultura resistente). A sugestão do colega para a OAB encampar essa 
justa luta pela sobrevivência dos advogados é oportuníssima. O 
presidente do Conselho Federal, Raimundo Cezar Britto Aragão, é advogado 
trabalhista e conhece bem tais mazelas. Poderia legar essa conquista 
para a classe como uma das marcas da sua gestão. Como já afirmei, 
legalidade no arbitramento de honorários é a mais sagrada das 
prerrogativas. Somos muitos para essa obra, bastando apertar o botão da 
Entidade. É agora ou nunca! Quanto ao colega paulista "meio sitiante", 
lamentavelmente chego à conclusão, mantido o quadro atual, que nós, 
advogados de todas as áreas, formaremos um imenso condomínio rural em 
"compáscuo" (compartilharemos o mesmo pasto) e, quem sabe, até um clube 
para "terapias de grupo" nas noites enluaradas... O espaço e o tempo são 
curtos. Encerro com Friedrich Nietzsche: "E aqueles que foram vistos 
dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a 
música..."
Elias Mattar Assad - é presidente da Associação Brasileira dos Advogados 
Criminalistas - eliasmattarassad.com.br
terça-feira, 21 de agosto de 2007
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